terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A lapiseira


Você deve se perguntar: "que título estranho, que imagem mais estranha ainda!". Tudo aqui é explicável, mesmo que seja um blog meu.
Amuletos, talismãs, patuás, tem gente que acredita nisso, e tem vários casos que tal fé neste "adorno" torna-o de fato especial. Meu avô por exemplo tem de tudo no carro dele: terço, figa etc. Isso é comum até, eu por exemplo tenho a camiseta da sorte e por tempos tive um short da sorte, o qual sempre que eu colocava o São Paulo ganhava (e por isso que depois que ele sumiu sem deixar vestígios, o São Paulo nunca mais foi o mesmo!).

De qualquer forma, eu até não acredito em objetos mágicos, mesmo sendo um pouco "nerd" e gostar de jogos de RPG e outras literaturas/animações relacionados. Hoje eu tenho uma lapiseira.

Sim, é aquela mesmo da foto.

Aos 14 anos, quando estava na oitava série, eu tinha daquelas lapiseiras 0,7mm da bic, coloridas, de plástico, se eu não me engano era verde-água com um rosa, parecia uma lapiseira da Estação Primeira de Mangueira. Atendia às minhas necessidades, porém eu gostava de roubar a do meu pai. Sempre que ele deixava o estojo à vista, eu pegava "emprestado" a pentel dele e a utilizava. Uma pentel preta, como a da foto. Na época não era uma lapiseira comum de se ver, até porque já se passaram 13 anos e, se hoje ainda é cara, imagina em 2000, que ainda era bem escassa!
Próximo ao final do ano, eu ganhei de presente uma lapiseira dele, igualzinha a que ele tinha. Sim, é aquela mesmo da foto.

Com ela eu passei no vestibulinho do CTIG/UNESP, fiz os três anos de curso com minha inseparável lapiseira, me formei Técnico Mecânico com ela.

Prestei dois vestibulares (USP e UNESP) e a prova para a EEAR de sargento, com a lapiseira, e passei em todos. Optei pela UNESP.

Após alguns anos fazendo Engenharia Mecânica, enfim me formei, neste ano, semana que vem eu pego o diploma, e pasmem, a lapiseira, sim, aquela mesmo da foto, me acompanhou até a formatura.
Esta foto eu tirei hoje, 14/01/2014, a exatamente 10 dias de pegar meu certificado de conclusão de curso. E há 13 anos eu e minha companheira, a lapiseira, sim, é aquela mesmo da foto, está ao meu lado nestas conquistas.

Acredito em amuletos de sorte? Não.
Contudo a lapiseira me ajudou, obviamente que sim. Quem pensou, fez as provas e conquistou este diploma, fui eu, mas o risco suave do grafite sobre o papel, a interminável borrachinha branca e o desentupidor de ponta tortinho estavam sempre ali, ao meu dispor, prontos para ajudar.

Acredito mais ainda na fé dos seres humanos sobre as pessoas. Acredito no amor de pai.
A lapiseira pode ser apenas um amuleto, mas a sorte com certeza é ter um pai como o meu.
Obrigado pai por acreditar em mim.
Serei o melhor lixeiro do mundo, carrego comigo o caminhão de lixo.
Só os fortes entenderão.

E claro, obrigado Pentel.

Abraço
Daniel

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado filho lindo. A lapiseira é só um detalhe