sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

(Nos)tal(ma)gia

Muitas lições e aprendizados passam dos pais para os filhos, o modo de se portar, comportamento, educação. Mas, sem sombra de dúvidas, os gostos, os costumes e principalmente o apreciar o que é bom de cada época, por mais que a criançada de hoje em dia torça o nariz para certas lembranças nostálgicas dos pais e avós, um pequeno embrião fica dentro do pequeno ser, e um dia na vida, pode ser até no final dela, essa criança vai se lembrar do pai falando como era bom aquilo.

Estou numa idade que com certeza foi esquisita para os pais dos pais dos pais dos meus pais também como é para mim. Aquela transição dos 20 aos 30 anos, independente de ser 21 ou 29, mas é muito, mas muito esquisito ver a evolução que passamos, o boom tecnológico e principalmente pensar como criança, mas já ter que agir como um adulto.

Converso horas e horas com amigos a respeito dos desenhos antigos, me emociono ao ver o flashmob do Pica-pau descendo as cataratas do Niágara, imploro para a mídia em vinil voltar a ser comercializada, fico besta quando vejo promoção de jogos indie, e o mais interessante é que tudo isso que me deixa saudosista sequer é de minha época: incrivelmente comprovando minha teoria: vinil, Pica-pau, Atari é tudo da época do meu pai.

Tudo tem seu lado bom na evolução, mas nada evolui sem ter passado. O passado precisa, merece ser valorizado. O passado merece ser lembrado, sendo bom ou ruim.
As crianças brincando na rua, como eu brinquei, talvez nunca mais eu veja. Mas farei questão de falar pro meu filho o quanto eu era feliz jogando caixotinho descalço na rua, mesmo que uma lasca de carne do meu dedão ficasse todo dia na guia... o quanto eu fui feliz ganhando o Nintendinho do meu tio, ou quando, com meu próprio dinheiro (valiosos R$250,00 em 1996) comprei meu SNES.
Ou até mesmo quando eu ficava louco de felicidade ao meu pai liberar minha ida ao Halloween da minha escola e poder voltar meia-noite (e a escola era 5 minutos a pé de casa!).

Eu simplesmente AMO essa onda nostálgica que ronda a sociedade. Eu simplesmente AMO essa moda de criar jogos com gráficos porcos mas que realmente divertem e todas as idades viciam. Eu simplesmente AMO me sentir na pele de meu pai vivendo os anos rebeldes (80´s) ou até mesmo a onda hippie de meu tio (70´s).

Mas principalmente, para um adulto do ano 2000, eu AMO lembrar e saber que fui uma criança dos anos 90, que por muitos criticados como uma fase fraca de ideologias, mas hoje vemos o quão importante foi para mudar e revolucionar as crianças que nascem no Século XXI.

E mais um Natal está chegando, e mais um ano se aproxima do fim. É mais um ano de luta, mais um ano de vitórias merecidas e derrotas aprendidas.

E viva a nostalgia: dentro da NÓS, a TAL maGIA.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Othaland

Às vezes meus pensamentos me transportam para um lugar de paz, onde reina a natureza e os animais, um lugar onde o único corpo estranho ali sou eu.

Não se pode compreender pensamentos como este, mas pode-se concluir que toda minha paz de espírito em meio a tanta turbulência na vida (estudos, trabalho etc.) e em meio a tanta coisa ruim (corrupção, violência, egoísmo...) tem ligação com este lugar.

É engraçado desejar silêncio onde tudo que precisamos é de barulho;
É estranho desejar tranquilidade quando dentro de nós tem algo bombeando sangue a uma velocidade inestimável;
É ultrajante suplicar pelo canto de um sabiá quando nossos ouvidos estão acostumados a ouvir barulhos diversos, que não de uma bela ave.

Mas é o meu lugar, é a minha alma suplicando por paz, implorando por simplicidade e ao mesmo tempo me mantendo no eixo, dentre tantos e tantos problemas que temos ao tentarmos apenas viver uma vida normal.

Me transporte para o meu lugar quando quiser, mas não sempre que puder.
Minha alma me leva;
Pois mesmo leve a pena cai.