quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

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Tem um gráfico que mostra a evolução tecnológica de um produto, ponderando a qualidade versus o tempo, ele é carinhosamente chamado de dente-de-serra. Como pode-se ver na figura, tem suas razões para este nome carinhoso. E aonde quero chegar com este gráfico? Bem, este gráfico mostra que, quando um item chega no auge de sua tecnologia, e não tem mais por onde melhorar, é feito um "upgrade" e este item cai um pouco de qualidade até atingir o patamar anterior e ultrapassá-lo em seguida. E isso se repete a cada inovação realizada. Este gráfico geralmente é utilizado nas inovações de produtos tecnológicos, como por exemplo a câmera fotográfica. 

No "final da vida" das câmeras com cartuchos (filmes), a qualidade das imagens era muito grande, algo que nas primeiras câmeras digitais não existia... como eu acompanhei desde as primeiras câmeras digitais vindas ao Brasil, meados de 2002, posso declarar com convicção dos fatos que apenas em 2010 algumas câmeras digitais já tinham tal qualidade como as de filme, e isso não é exagero, é a pura comprovação que este gráfico dente-de-serra é de fato coerente. Quero chegar ao objetivo desta dissertação, que são as mudanças. 

Todas as mudanças possuem um período de adaptação, e se levarmos este gráfico para nossas vidas ou nosso cotidiano, é realmente fato. Pode-se usar também este gráfico para algo chamado comunicação, e esse é o intuito desde o começo desta postagem. No início do Século XX, os meios de comunicação eram os mínimos: o rádio era o carro-chefe, o jornal já era consagrado e era o meio de comunicação das massas, afinal todos tinham acesso aos periódicos, e para longa distância o telegrama (tanto papel quanto o telégrafo - do famoso "código morse"), a carta (mais comum para menor urgência) e sim, para poucos (poucos mesmo!) o telefone, mas que demoravam dias até completar a ligação. Dá para se imaginar o caos que era a comunicação, não é? Não. O caos é o que vivemos hoje. Estamos na curva de inovação, no dente-de-serra, subindo novamente a ladeira do vácuo deixado após abandonarmos o telefone (e os celulares "comuns") para tablets, smartphones e computadores. A comunicação está uma bosta. E para não regredirmos mais ainda é necessário uma intervenção urgente dos usuários, de todos. 

Por que digo estar uma bosta? Simples.
- Pessoas estão se analfabetizando aos poucos, por preguiça, por comodidade;
- A interpretação dos textos estão cada vez mais difíceis (digo isso pois li uma postagem no blog do Sakamoto dia desses, e para mim era muito claro o que ele tinha escrito, utilizando ironias etc., a surpresa minha foi ver nos comentários da postagem dele milhares de pessoas criticando o texto, chamando ele de apoiador à ditadura etc e tal, quando ele disse exatamente o contrário). Ou seja, mesmo eu não acreditando em perda de inteligên cia, o povo está ficando burro ao trocar o papel pelo LCD (ou LED);
- A superficialidade está tomando conta, antes era exigido maior conhecimento e responsabilidade para divulgar informações às pessoas, havia mais segurança na informação. Hoje em dia a Wikipedia é a única fonte de informação para a maioria dos "estudiosos" - diga-se de passagem, eu uso a Wikipedia e acho uma ferramenta fantástica, mas sempre que eu pesquiso algo lá eu vou logo de cara nas referências utilizadas e vejo se há de fato uma coerência e aí sim completo a leitura. 

Não sou contra a evolução tecnológica da comunicação, mas sou receoso das pessoas, por ter liberdade de ler o que quiser, e principalmente escrever o que quiser, não pensar antes, porque antigamente as pessoas eram obrigadas a pensar mais antes de escrever algo, afinal a gente não tinha tempo (e dinheiro) para enviar 20 cartas ao mesmo destinatário corrigindo o texto, ou se a informação via telefone estivesse errada, a outra ligação só seria dias depois. Então as pessoas pensavam mais, refletiam mais, analisavam mais. E hoje, não, simplesmente não.

É fácil, por exemplo, pegar meia dúzia de palavras aleatórias de minha postagem e publicar falando que eu disse algo exatamente o contrário. 

Quer ver? 
Pegando uma das frases acima e suprimindo o principal dela, a oração irônica "estudiosos", ela fica assim: "Hoje em dia a Wikipedia é a única fonte de informação, diga-se de passagem, eu uso a Wikipedia e acho uma ferramenta fantástica!" 

Viu que a conotação mudou 360 graus? E com certeza se eu fosse famoso, ou me auto declarasse um filósofo cientista antropo-sociólogo, pessoas iriam lotar minhas caixas de e-mail dizendo que eu sou um idiota e coisa do tipo. Como o ocorrido com o Sakamoto e com várias outras pessoas. 

Novamente, a inovação está aí e deve ser cumprida, mas é preciso maior filtro, nada que suprima a liberdade, longe disso, mas as pessoas não podem esquecer que o livro ainda é o melhor amigo do homem (junto do cachorro), devem explorar a diversidade da internet para o lado positivo e ler várias opiniões a respeito de um mesmo assunto, e principalmente não tomar como verdade uma interpretação mal feita de algum assunto, e mais principalmente ainda, escrever direito, e saber o que se escreve.

Sem fundamento, não há argumento.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
@meninamarketing disse...

"sem fundamento nao há argumento". Curti a frase :-)

De fato, hoje muitas situacoes e coisas no nosso modo de viver sao descartaveis, facilmente se joga fora algo e poe outro novo no lugar. Antigamente era mais dificil, como o telefonema que vc bem colocou, uma ligacao para ser refeita levaria dias.... Uma mensagem por carta que fosse necessario mandar pela segunda vez levaria tempo.... Ou seja... Eh melhor pensar direito pra fazer bem feito da primeira vez

O padrao de pensamento de hoje "eh descartavel, facilmente faço denovo" se nao tomarmos cuidado vai se enraizando em tudo que vivemos... Pensamentos, comentarios, relacionamentos... Entao bora usar o cabeça pra pensar e fazer direito! sem preguiça ;)