segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"O Sistema é mal, mas minha turma é legal."

Um dia desses pensei, ao passar próximo a um posto de combustível, que um “quase” economista prestes a se formar na faculdade ou precisando de algum tema para um mestrado ou doutorado se deliciaria estudando sobre a variação totalmente alucinada do preço do etanol. O que é isso?
Tem dias que o preço amanhece a R$1,00, a tarde almoçamos com ele a R$1,20 e vamos dormir com ele a R$1,49.
Quem vai estudar isso a fundo? Será que ninguém é curioso o suficiente? A culpa é sempre da tal “entressafra”. Que merda é essa?
Essa tal entressafra é, por fim, então, “infra-safra”, entressafra, “ultra-safra”. Porque sempre acontece isso e a desculpa é a mesma!
Eu queria saber de tudo, sei lá, não ser só um engenheiro mecânico. Queria ser tudo mesmo, ou pelo menos saber tudo pra poder questionar.
Estou cansado também deste sensacionalismo, deste sentimentalismo e de todo mundo que acha que tem que lutar por um ideal simplesmente para aparecer na capa da veja, de repente levar um ou dois tiros de bala de borracha, ou uma ou outra coronhada, aparecer no YouTube ou no noticiário do Datena, ou receber vários tweets. E o povo dizendo: “Esse é da causa!”.
Toda manifestação é válida e necessária, mas cá entre nós: o que não vale é hipocrisia, falsidade, “oba-oba”.
O pior de tudo é um cidadão qualquer, como você ou eu, que de repente prefere ficar de fora da manifestação, porque, sei lá, de repente não quer ser hipócrita e fingir que acha a causa da luta válida e que é do “povão”, quando na verdade não acredita.
Até aquele exemplo, que pode ser próprio também, do “tal” do socialismo. Eu sempre quis ser socialista, lia Marx e, na teoria, no papel, ele realmente filosofou um sistema de governo que seria o perfeito, mas na prática, sei lá. Esse sistema precisava de muita gente humana.
Eu ficava com aquela estrela alvi-rubro no peito achando que PT e o Lula iriam resolver todos os problemas “socialisticamente”, será?
Coisas de adolescente. É legal ser diferente. Ser socialista é ser diferente. Aí hoje eu tenho questionado esse meu “eu adolescente”: quer ser socialista? Vai viver em Cuba, mas na parte pobre de Cuba. Vai viver na Coréia do Norte, será?
É Tudo a mesma coisa. Esse ímpeto de querer ser diferente, se sobressair não nos faz pensar. Hoje eu penso, e penso muito, será mesmo que eu quero ou tive um dia vontade de ser socialista, não na teoria, mas na prática? Ter que fazer meu trabalho pensando no coletivo, não em meu lucro próprio. Deixar meus filhos estudarem em uma (boa?) escola pública, afinal, ser particular o nome já diz, não é pra todos.
Não adianta, no fundo esse meu “eu adolescente” se acostumou com o Capitalismo, afinal é bom ter um notebook HP, um iPod nano e um X-Box 360, mesmo que meu vizinho não tenha. Azar dele. Eu trabalho pra caramba, por isso eu tenho. Mas eu sei que tem gente que trabalha mais que eu, ganha menos, mas fazer o que? Azar dele.
Em teoria um médico teria a mesma utilidade que um lixeiro. Mas não, o médico tem que ganhar mais, ele salva vidas. Pois bem, fica 1 mês sem gari nas ruas. Fica...
Eu quero ser humano, eu quero ser bom, e sei que sou melhor que muita gente, mais caridoso que muita gente. Mas falta muito, mas muito mesmo, para eu ser humano, humano de verdade
Assim como diz meu amigo Augusto, em seu excelente blog, tem gente que prefere um copinho americano de pinga para esquecer que é humano, do que ter que partilhar um frango assado com um ilustre desconhecido.

Desabafo? Não.
“É a vida, e é bonita, e é bonita”
Às vezes é bom olhar o pôr do sol, e esquecer de tudo isso.

Um comentário:

Pudim disse...

Meu comentário ficou grande, resolvi colocá-lo no meu blog. Dê uma olhada.