quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Biocomplexografia de Donatto Leão - Parte 1

Olá, pessoal!

Semana atribulada, cheia de coisas, demorei mas estou aqui.

Mais uma vez, resolvi inovar, ou renovar. Tem uma história bem grandinha que escrevi e ainda não terminei, quase um livro, e estou pensando em fazer como aqueles escritores (verdadeiros escritores, não pessoas como eu que brinco de escrever) fazem semanalmente em jornais, como o caso do famoso e saudoso Douglas Adams com a maravilhosa história do Mochileiro das Galáxias. Desta história, aliás, retirei o subtítulo do meu blog, como verão a seguir. Se quiserem, claro!

Começo hoje, com a primeira parte, ou primeiro capítulo, dessa história e espero que gostem, ainda mais espero ter paciência para conseguir terminar, e ajudas serão bem-vindas, críticas, mais ainda! Afinal não está finalizado e precisa de muita revisão! Quem sabe vira um "Você Decide?" ehauehauehauehaueha

Um abraço, e mesmo que haja outra postagem minha aquém à continuidade da história, vou manter sempre a sequência.

Abraços!

Daniel, Amarelo

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A Biocomplexografia de Donatto Leão

Prefácio

. Donatto Leão era um homem, como tantos outros, com a história de vida parecida com muitos Joãos (ou Joões, grande questão), de muitos Josés, Joaquins e Rafaéis (ou Rafaels, se preferir!).

. Viveu até os noventa, mais precisamente, noventa e seis anos, sete meses, quatorze dias e dezesseis horas.

. Uma marca que sempre nos faz lembrar dessa bela pessoa que foi o "Seu" Donatto, era o seu sempre fiel sorriso, seu carisma, suas piadas e sua enorme capacidade de ser um exímio contador de histórias, de histórias com H, pois eram de sua própria vida. E o mais engraçado é que sua vida, ou melhor, sua vida feliz, começou aos 26 anos, depois de três tentativas de suicídio e desilusão amorosa, fatos que o fizeram rir muito depois.

. Morreu sorrindo, de morte natural, dizem as más (ou boas) línguas, que Donatto morreu de tanto rir... A data da morte, 16 de Novembro de 2080, mas ele vive rindo da nossa cara em algum lugar no Cosmo...

. Sou grato de ter gravado em minha humilde mente grande parte das histórias deste homem, e espero passá-las da melhor forma possível. A sua frase, célebre frase, ainda ecoa em meus pensamentos:

"Riu. E de tanto que riu a sua dentadura caiu."


Capítulo 1 - Começando a sorrir

. Às vezes penso como se não fosse feliz, ou sei lá, o trabalho me deu muito stress, os estudos mais ainda, e penso que muitas vezes perco tempo valioso de minha vida com essas coisas, que são necessárias, com certeza!

. Infelizmente sei que não me empenhei mais nos estudos por causa de meu namoro frustrado com a Fátima, que me tomou muitos finais de semana que poderia estar em algum grupo de estudos e não ter passado apreensão e nervosismo esperando para entrar na faculdade por ter ficado na lista de espera.

. Nosso namoro durou 8 anos. Muita gente pensa "Ó, quanto tempo e não casou?" - sorte né? Se tivesse casado, ela levava metade de tudo...

. Começamos o namoro, eu com 18 anos e ela com 16. Eu era carinhoso: ela era nervosa. Eu era estudioso: e ela, preguiçosa que só ela! Mas eu a amava... e como amava!

. Nosso namoro foi bom. Foram 8 bons anos. Não posso cuspir no prato em que comi (yeah!), e brincadeiras à parte, descobrimos tudo juntos. Afinal eu era um bosta. Nem selinho eu tinha dado antes dela, a não ser que conte os beijos que eu dava no meu guarda-roupas para ver se sabia alguma coisa. E o pior de tudo! Sem me gabar, eu sempre fui muito bonito, e a meninada dava tanto em cima de mim, e uma mais bela que a outra. Dava até dó...
. Dó delas, porque se sentiam feias e rejeitadas e dó de mim, que era chamado todos os dias de bichinha e frígido, pelos invejosos da escola.

. Mas voltando à Fátima, nos dávamos muito bem, tirando as diferenças, tirando os três pares chifres que ela colocou em mim e fiz vista grossa, tirando ela ter matado todos os peixinhos douradinhos do meu aquário por "falta de atenção" e coisas do tipo. . Como eu disse, eu era paciente e a amava, ou a amava porque era paciente. Não interessa mais!

. Entrei na faculdade aos 20, me formei aos 26, terminamos aos 26. Ela esperou eu me formar, juntar dinheiro, comprar nossa casa e mobilia-la inteira, comprar um carro, trabalhar feito camelo para dizer: Acabou. Ou melhor: A-C-A-B-O-U!

. Eu não era de rir, e foi a primera melhor risada da minha vida!

. Ela terminou comigo dentro de um motel. Foi embora com o meu carro. Me deixou à pé, sem carteira e dentro de um motel. Eu comecei a rir.

. Pulei o muro do motel, afinal não sei como ela saiu e pagou a conta, deve ter dito que eu pagaria. Não paguei.

. Passei a noite toda dando risada da minha situação. No outro dia fui à casa dela.

. Peguei o meu carro, dei uma risada, falei tanta bobeira que nem me lembro mais. Só sei que ela riu. Era o que eu queria ver.

. Eu não era de rir. Mas ria muito, ria mais que o pica-pau naquele atormentante final do desenho em que ele ensurdece qualquer um com um "ârrâ râââ rââ" aterrorizante!

. Bati o carro. Por querer, afinal sem a Fátima, por mais feliz que eu estivesse, não dava. Eu sempre fui bonito, mas sem atitude! Iria morrer sozinho.

. Eu não sabia fazer nada direito, além de estudar, trabalhar e namorar a Fátima. A minha idiotice era tamanha que nem me matar eu conseguia. Pulei da ponte com o carro. Não era ponte, era um viaduto. E na parte direita do viaduto, a qual eu cai, estava armada uma tenda de circo. Que morte legal. Rindo em cima de um circo.

. Por mais engraçado e mentiroso que pareça, eu caí em cima da lona, esta cedeu, eu não morri. Perdi o carro, mas não morri. O seguro pagou outro carro depois.

***

. Acordei no hospital. Todo mundo feliz ao me ver: meus pais, irmãos e a Fátima. Inclusive a Fátima. Ela e o Edmundo... Edmundo?

. Ah sim, o novo namorado dela, que ela conheceu depois de eu estar em coma durante 1 mês. Ela levou para me apresentar. Simpática ela, não?

. Falando em coma, os médicos até hoje estudam o meu caso. Não tive trauma nenhum, não tive nenhum arranhão. A única anomalia que possuía em meu corpo era uns cortes na boca, mas pelo que pesquisei no Google é gerado com excesso de riso. Acho que foi o motivo de meu cérebro ter pifado. Já me falaram que é a mesma sensação de fumar maconha. Mas nunca experimentei.

. Tive alta na mesma semana, a enfermeira me adorou. Era uma linda moça, mas eu era idiota. Não dei bola, como sempre.

***

. Na outra semana, resolvi me drogar. Me lembrava daquela história chata do "Mamute pequenino, queria se drogar...", e tentei. Se o Mamute teve overdose, eu poderia ter.

. Comprei uns 2 litros de dormífero para elefantes (ou mamutes), porque sempre fui contra o uso de cocaína, LSD ou drogas do tipo, essas daí matam de um jeito socialmente ruim.

. Acreditem ou não, minha incapacidade de se matar foi tamanha, mas tamanha, que na hora que tomei essa cacetada de remédios, meus pais chegaram, ou eu achei que eles chegaram na hora. Na verdade, demorei muito para morrer! Eu estava verde, poderia ser inclusive um personagem de Animè.

. Eles chegaram, me viram verde, acharam que era uma alerga, e me levaram para o hospital. Estava verde, sem ar, porque engasguei com a droga da tampa do remédio, e ele caiu todo no chão, nenhuma gota passou pela minha garganta.

. Ok, quase morri por sufocamento, mas demorou muito, coisas do sobrenome.

. Dizem que Leão é o Rei da Selva. Eu não era, mas meu corpo parecia. Desgraçada falta de fumo que fez meu pulmão aguentar quase 20 minutos sem ar! O dormífero me mataria na hora.

. Sou um idiota. Mas descobri que devo ser a única pessoa no mundo que ao invés de ficar roxo pela falta de ar, ficava verde. Ri disso também.

***

. Cronometradamente uma semana depois, a terceira tentativa de suicídio. Dessa vez iria dar certo, tinha que dar certo!

. Contratei disfarçadamente alguém para me matar. Pagaria bem, era só um tiro na testa. Me entitulei de "Valcicley", coloquei um sotaque nordestino por cima do meu paulistano e dei todas as pistas de onde estaria o desgraçado do Donatto! Falei com tanta raiva deste tal Donatto ao bandido, o Cuspinha, que ele nem queria mais me cobrar pelo serviço! Virou meu "brother"!

. Às 23h em um beco na periferia. Só estaria lá o Donatto.

. Cheguei lá, fiquei esperando o desgraçado do Cuspinha me matar. O rapaz chegou, me encarou, percebeu dentre toda sua incapacidade de detectar descrições que eu era eu mesmo e perguntou:

. - Por acaso "cê" é o Donaldo? - disse o mongol.

. - Sou eu mesmo. Que foi?

. - Ah tá. vim matar você, mas se me pagar melhor, eu te conto quem foi que ordenou e mato ele pra você!

. - Mas você não ía me matar de graça? - eu, mais mongol que o Cuspinha, me entreguei.

. - Como você sabe? Você é banzé, seu desgraçado?

. E o infeliz do Cuspinha foi embora correndo, achando que eu era PM. Não deu tempo de dizer a ele que eu era engenheiro...

***

. Resolvi parar de tentar me matar. Acho que não era para acontecer, eu não tinha capacidade para fazer isso. Continuei rindo.

. Eu nunca ri tanto em minha vida. Aliás, até antes de terminar com a Fátima, raras as vezes me viram rindo. Eu tinha vergonha, de ser feliz, eu não tinha por que rir.

. Minha infância não foi boa, minha adolescência não foi a melhor e meu namoro foi uma merda. Começaria a viver agora. Mas claro, quero contar como foi infeliz a minha vida até os 26...

TO BE CONTINUED...

4 comentários:

Gabi Zago disse...

a idéia é boa, fiquei curiosa em como vai terminar isso... hehhe

Gabi Zago disse...

Corrigindo:
a idéia é boa, fiquei curiosa em saber como vai terminar isso... hehhe

Pudim disse...

Boníssimo! Boa sorte para o Donatto.

Espero apenas que ele tenha aprendido a rir de felicidade e não só de desespero, como quando a Fátima terminou com ele. Essas "Fátimas"...

Pudim disse...

Obrigado pelo comentário que deixaste no meu blog.

Se o que você precisa é de incentivo, aqui vai: manda ver. Estou ansioso para saber o que aconteceu com o Donatto.