segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cigarro Paraguaio

Sim, concordem ou não, é fato. Tem dias que nos sentimos um cigarro paraguaio.
Não entenderam? Então leiam um poema que criei num desses momentos "sou inútil e ainda incomodo os outros". Tempos em que a criatividade é nossa unica aliada.


OBS.: Tentem ler pensando em uma melodia semelhante à do Vampiro Doidão, do Raul, ou qualquer música do Ventania... vai fazer bem mais sentido!






Cigarro Paraguaio
(Daniel Rolando, 22-02-2008)

Quando tudo dá errado
Não adianta mais chorar
Todo dinheiro esgotado
E muitas contas pra pagar

O negócio milionário
Não deu certo, estou falido
Minha mulher agora é ex
Pois desistiu do seu marido

O meu filho não quer me ver
Então o jeito é ir ao bar
Jogar sinuca e beber
E perder a grana que apostar

Sou um cigarro paraguaio
Vagabundo e forte como um leão
São cinco tragos e um desmaio
Acho que meu caso é sem solução

Sou um cigarro paraguaio
Num camelô espero a solidão
Não há saída para mim
Só a porta do próximo buzão

Tinha tudo nessa vida
Mas não sei o que me deu
Já fui crente, zen, mandinga
E hoje eu devo pra agiota judeu

Nem no bar posso mais ir
Pois fiado só amanhã
Na rua não vou mais sair
E nunca mais vou tirar um sutiã

Sou um cigarro paraguaio
Vagabundo e forte como um leão
São cinco tragos e um desmaio
Acho que meu caso é sem solução

Sou um cigarro paraguaio
Num camelô espero a solidão
Não há saída para mim
Só a porta do próximo buzão

Nem o "AA" me aceitou
Porque minha história era idiota
Não queriam saber quem foi que errou
E que antes eu era poliglota

Papai tentou me aconselhar
Me deu uma grana pro negócio
Mamãe me deu um celular
E minha mulher saiu com o meu sócio

Sou um cigarro paraguaio
Vagabundo e forte como um leão
São cinco tragos e um desmaio
Acho que meu caso é sem solução

Sou um cigarro paraguaio
Num camelô espero a solidão
Não há saída para mim
Só a porta do próximo buzão


* Inspirado em "Só tomando uma", do mestre Paulo Meyer

Um comentário:

Pudim disse...

E haja pessimismo nessa vida...