sábado, 11 de julho de 2009

A Biocomplexografia de Donatto Leão - Parte 5

Pessoal, quem está acompanhando a história, desculpe a demora e a inconstância de postagens, está sendo um CTRL+C e CTRL+V demorado, porque as últimas provas do semestre me enlouqueceram... mas as férias chegaram e serei mais assíduo!

Aos blogueiros que sempre visito, comentarei em breve, muito breve!

Abraços BEEEEEEEEM Amarelos!



Capítulo 5 – Noite na Balada


. Não me lembro da última vez que saí de casa depois das 22h, para ser mais exato, a última vez foi devido a uma virose que peguei no trabalho e fui no pronto socorro tomar soro.

. Chegamos na garagem da minha avó, meu carro estava parado, apenas esperando pela noite de gandaia. A última vez que tinha saído com ele para um passeio, bem, ele foi “arremessado” da ponte e caiu em cima da lona do circo, são as “belas” histórias do passado que por mais que eu queira, eu nunca vou esquecer. Tinha dito anteriormente que esqueceria tudo que havia escrito até o capítulo três, mas digo ser impossível. Tudo que eu sou hoje é graças ao que eu passei ontem, e mesmo que eu diga que me arrependo de algo, no fundo, bem no fundinho, tudo me foi válido, não há arrependimento algum.

. Voltando ao carro, quando estava pressionando o botão do alarme, Paco diz:

. - Me dá a chave, hoje você é o convidado, vai de carona!

. - Mas...

. - Mas nada! Eu te convidei pra sair, e também quero ver se esse seu carro é mesmo o que dizem dele...

. Meu carro não era uma máquina, mas também não era basicão. Eu gostava dele, um Volkswagen Polo, preto, quase zero, ainda mais porque foi refeito e reparado quase tudo depois daquele pulo em cima do circo. O carro até andava bem, mas eu nunca fui de correr, na verdade comprei o carro porque tinha achado o volante dele bonitinho, pode ser bobeira, mas achei o melhor método para escolha na época, até porque engenheiro que é engenheiro sabe muito bem fazer um carro, projetar um carro, mas não sabe escolher, ou melhor, demora tanto pra escolher que no final compra o mais barato.

. Como eu não sabia dirigir por São Paulo, mesmo morando há uns 10 anos na cidade, principalmente à noite, que parece impressionantemente que a cidade se transforma em outra, cheia de luzes, cores e, principalmente, de mendigos e maconheiros.

. - Está bem, mas por favor, tome cuidado, meu histórico não é legal na seguradora...

. - É rapaz – disse Paco, com uma voz sarcástica – ouvi dizer que você quis entrar num circo de graça...

. E nós dois caímos na gargalhada.


***

. Chegando no tal Villa Hall Café, por incrível que pareça achei um lugar além de familiar muito interessante.

. O lugar era parecido com os pubs londrinos, com uma aparência mais abrasileirada, bem colorido por dentro e um bar ao centro com uma infinidade de bebidas e pelo menos uns oito coqueteleiros.

. Para quem gosta de variedade de bebidas e um som agradável, variava entre rock’n’roll clássico e blues de raiz, vez ou outra mpb, um clima que eu até me senti contagiado.

. Agora, para quem gosta mesmo de mulheres, meu Deus! O lugar era um paraíso dentro de São Paulo! Paco percebeu, logo que entramos no local, a minha cara de espanto ao ver tanta mulher bonita, e foi logo dizendo:

. - Você achou tudo isso legal? Tem lugar muito melhor, isso, ao meu ver, no seu caso, é só o começo!

. - Você não pode estar falando sério!

. - E te digo mais, se interage com a galera, que a gente “agita” alguma coisa pro final da noite!

. - Poxa vida, Paco, além de enferrujado, não estou acostumado com essas coisas...

. - Don, caramba, você tem quase 27 anos! Não é aceitável você me dizer que não consegue se interagir, ainda mais com essas gatas!

. - Cara, pra falar a verdade, nem sei como consegui namorar!

. - Me diz uma coisa, primo, a Fátima foi a sua única mulher até hoje?

. - Cara, se eu te falar que foi... – disse com a maior vergonha possível.

. - Mas Don, tipo, você ta falando de “finalmentes” ou nem um beijinho aqui, outro ali?

. - Pois bem, Paco, pra ser sincero ela foi a primeira em tudo! Eu não era desse mundo, aliás, acho que ainda não sou!

. A conversa fluía muito bem, nunca me imaginei conversar algo deste tipo com “o” primo, sendo que esse “o” significa o pior dos primos que existiu no passado. Como disse, ele só aprontava comigo e eu caía sempre nas armadilhas dele. Ironia do destino, ele parecia um cara legal.

. - Então, Don, hoje é o seu dia! Fica tranqüilo que vamos chegar cedo em casa!

. - Ah, que bom, assim a vó acha que dormimos tranqüilos...

. - Sim, se na hora que a gente chegar ela ainda não tiver acordada para fazer o café, acredito que passaremos despercebidos! Mas ó, um segredo pra você: quando a vó Lourdes falou contigo no telefone, ao desligar sabendo que você viria aqui, ela gentilmente me pediu que te levasse junto, porque ela acha você muito sozinho nesse seu mundo inventado aí. Como eu sou um neto muito bom, não ia negar isso né? Chega de papo vamos tomar uma cerveja!

. - Não gos...

. Antes de terminar a palavra, Paco colocou uma cerveja em minha mão e disse:

. - Relaxa, cerveja é apenas uma questão de costume, no começo parece ruim, mas quando acostuma é um vício louco. Bebe, e falando como um nerd, pesquisas recentes a colocam como um bom remédio para hidratação.

. - Ta bom.

. Tomei o primeiro gole e não foi bom.

. Tomei o segundo gole, não preciso dizer.

. No terceiro gole... o Paco tinha razão. Perdi noção do tempo e espaço, quando olhei já tinha bebido cinco long necks. E como cerveja, por mais fraca que seja, para um mero iniciante dá um grau violento, fiquei bêbado. Mas parece que não fiquei chato não. Só não lembrava de nada!


***

No dia seguinte, minha avó, com um sorriso impressionante, me aguardava no almoço, junto com Paco, com todo aquele sorriso galanteador que só ele tinha.

. - Bom dia, neto querido! – disse minha avó – gostou da noite de ontem?

. - Oi vó, não sei como dizer – disse meio embaraçado – mas não me lembro de muita coisa... me lembro de entrar, conversar um pouco com o Paco, e depois me deu um branco!

. - Liga não, pessoal – disse o Paco rindo da minha cara – problemas de principiante. Hoje você fica para sairmos de novo? As meninas ficaram com saudade, já me ligaram no celular e aquela loirinha... qual o nome dela mesmo... enfim, perguntou de você, garanhão!

. - Menina?

. Acho que uns três minutos de silêncio rondaram por aquela mesa da cozinha na casa da minha avó. O mais engraçado que aquele comentário do Paco desencadeou uma série de acontecimentos na minha memória, comecei a esboçar a noite de ontem, do novo Don, ou do Don que sempre existiu, sem meia dúzia de cerveja e uma tonelada de incentivo.

Um comentário:

Pudim disse...

Os milagres operados por uma cerveja! Ou duas, ou três...

Acho que era inevitável, cedo ou tarde, Donatto desembestar por esse caminho. Todos passamos por essa fase, não?

Quero saber quem é a loirinha...